As Constelações Familiares: Uma nova visão do mundo emocional
Atualizado: 29 de abr. de 2020
Que histórias ouviu de seus pais? E de seus avós sobre a infância deles? De superações, de aventuras, de emigrações, história de amor? Vieram de outro país? Outra cidade? Algum hábito alimentar diferente?
Será que repito alguma dessas histórias na minha vida atual?
As heranças familiares são conhecidas e as vemos nas frases cotidianas: fulano puxou o avô, tenho problemas de pele como minha mãe e assim por diante.

A transmissão transgeracional é vista naturalmente no cotidiano das relações. E, o que faz essas informações tão valiosas serem passadas é o amor, um amor ancestral que conecta gerações e gerações, que muitas vezes não se encontraram ou não se conheceram.
Nesta perspectiva, a saúde é pensada de forma sistêmica, incluindo e integrando informações conhecidas, entretanto não incluídas no olhar de saúde. Para uma saúde emocional completa, precisamos ter conosco o senso de pertencimento familiar construído ou restaurado.
Com a Constelação aprendemos que ao faltar um integrante no sistema familiar, o filho, ou o neto vai em busca a esse ente querido ancestral, por amor, que está fora do pertencimento. Esse movimento acontece todo inconsciente e por esse motivo ganha força. Algumas enfermidades representam pessoas do nosso sistema familiar que foram esquecidas, banidas ou excluídas.
Por meio dessa ligação invisível, que ocorre através de uma memória biológica, um outro membro da família irá representá-lo, simbolicamente como uma depressão persistente, uma dor crônica nos pés, com dores de cabeça e outros, são as conhecidas doenças psicossomáticas.
Esse senso de pertencimento descoberto por Bert Hellinger, é uma das leis que organiza ou desorganiza as vidas dos grupos familiares. Hellinger nos apresenta uma lei maior que rege a vida, ele a chamou de As Ordens do Amor. Assim como Isaac Newton descobriu a gravidade, este revolucionário psicoterapeuta descobriu que esta lei superior orquestra a convivência entre os seres, que ao ser violada traz consequências biológicas, psicológicas, financeiras e espirituais.
No entanto, ao ser ordenadas abre –se um campo emocional extraordinário pleno de amor e saúde.
Observamos na filosofia budista, que em seus rituais que costumam reverenciam seus ancestrais, ofertam e agradecem por pertencer aquela família, manifestando o seu amor e assim organizam o seu pertencimento.
A Constelação Familiar nos mostra que esse gesto do reverenciar o pertencimento, desatamos nós profundos e geramos cura para enfermidades físicas e emocionais.
Passamos então, “Ao Constelar”, ter uma nova visão de saúde, uma visão mais abrangente, uma postura mais compreensiva e necessariamente mais inclusiva. Comece a incluir no seu coração ou a ter um bom olhar, como nos ensina Bert Hellinger para aquela avó, aquela avô, aquele tio ou tia excluído ou banido.
A cura acontece quando os excluídos ou esquecidos encontram o caminho da inclusão, ao dizer : “ Você tem um lugar no meu coração”.
Por Fernanda Teixeira
Publicado na revista Brasil Texas
Fonte:
Hellinger, Bert. Felicidad que permanece: claves para lograr el amor em nuestras relaciones. 1ª ed. Ciudad autônoma de Buenos aires: grupal; Barcelona: Rigden Institut Gestalt, 2015.
Essen, Siegfried. El arte de amarse: um ejercicio espiritual sistémico. Ciudad autônoma de Buenos aires:Alma Lepik, 2016.